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O GRITO DOS EXCLUÍDOS E DAS EXCLUÍDAS DE 2017: “POR DIREITOS E DEMOCRACIA, A LUTA É TODO DIA”


No “Seminário dos e das que gritam”, uma das participantes do Grito dos Excluídos e das Excluídas nos disse que o mesmo se trata de um “espaço de liberdade. A gente rasga tudo que tá sufocando. É espaço de saber que não tá só”. Um companheiro do bairro Nova Vida complementa sua fala, diz-nos que é também “espaço de visibilidade dos gritos, das comunidades, das lutas diárias”.

E esse misto de várias bandeiras, das lutas diárias, das falas, demandas, angústias e resistências das comunidades, dos movimentos sociais, dos sindicatos, das pastorais sociais, de acolhida e de mística refletem o nosso sentimento de satisfação e instiga por estar na luta “por direitos e democracia”. Especialmente quando pensamos nesse momento tão crucial do país, no qual direitos sociais, trabalho digno e democracia são atacados. Para nós, extensionistas do Centro de Referência em Direitos Humanos (CRDH) que acompanharam a construção do momento, concluímos que: “quem participa uma vez, não tem mais vontade de deixar de construir”.

Isso porque o Grito dos Excluídos e das Excluídas, na cidade de Mossoró, tem, historicamente, se expressado como espaço de construção coletiva, de “construímos por nós mesmos(as)”, de aproximação com a realidade das comunidades, de mobilização, educação popular, de “levantar suas bandeiras” e resistir “ao sistema insuportável, que exclui, degrada, mata!”¹

[1] Fazendo aqui alusão a um trecho de fala do Papa Francisco e tema do Grito de 2016: “Este Sistema é insuportável: Exclui, degrada, mata!”.

Como nasce o Grito?

O primeiro Grito dos Excluídos aconteceu no ano de 1995, com o tema “A vida em primeiro lugar”.

Seus antecedentes e suas motivações foram a 2° Semana Social Brasileira, em 1994, que tinha como tema: “Brasil, alternativas e protagonistas” e a Campanha da Fraternidade, de 1995, que tinha como tema: “Eras tu, Senhor: fraternidade e os Excluídos”.

Por meio dessas ocasiões, desafios sobre as condições em que viviam o povo foram levantados. Com isso, a Comissão Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), através das pastorais sociais da Igreja Católica, assumiu a tarefa de mobilizar a população para uma atividade que desse visibilidade às suas demandas e situação de estarem sem vez e sem voz. Nasce como “Grito dos Excluídos” e, em 2005, muda seu nome para “Grito dos Excluídos e Excluídas”, incorporando as discussões de desigualdade de gênero.

O que é o Grito?

Um grande Ato que acontece, nacionalmente, no dia 07 de Setembro. E leva às ruas comunidades, sociedade civil, movimentos sociais, sindicatos, pastorais sociais e suas bandeiras (demandas, necessidades e lutas). Mas não se limita a esse dia.

Na verdade, o Grito dos Excluídos e das Excluídas tem, de acordo com uma componente da equipe de articulação central, de dois a três meses de construção. Na qual se preza pelo diálogo com os(as) participantes, formações e conhecimentos de suas demandas.

Qual o seu objetivo?

Tem como objetivos principais a mobilização, denúncia e construção coletiva da luta contra as mais diversas opressões e injustiças sofridas pela população, dando visibilidade às suas pautas de luta, demandas, necessidades, anseios e a busca por uma sociedade com justiça social, solidária e livre de qualquer tipo de violência e opressão.

Quem grita?

O Grito dos Excluídos e das Excluídas conta com a participação e construção em conjunto com sindicatos como, por exemplo, o sindicato do comércio, sindicato dos hoteleiros, sindicato dos metalúrgicos, etc; pastorais sociais; movimento sociais, como Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, Marcha Mundial das Mulheres, União dos Estudantes Secundaristas, entre outros; Centro de Referência em Direitos Humanos do Semiárido; Diretórios e Centros Acadêmicos; bairros e comunidades; e sociedade civil.

É importante destacar que são diferentes sujeitos, com visões de mundo também diferentes mas que estão em diálogo nesse processo, objetivando "crescer em unidade". De acordo Pluvia, presidenta do Diretório Central de Estudantes da UERN e atuante na construção do Grito, "No Grito não temos uma única bandeira. As bandeiras são coletivas. O Grito significa para nós um grito coletivo. Você tá lá na rua e você não tá sozinha".


Como acontece o processo?

Existe uma equipe que faz o papel de “comissão organizadora”. Ela é chamada de “Equipe de Articulação Geral”. É ela quem convida os vários sujeitos para estudar a temática proposta em âmbito nacional pelo Grito. Partem das suas realidades locais, levantando e ouvindo suas demandas.

Essa construção do Grito contempla pré-gritos, mobilizações, estudos, rodas de conversas, seminários, oficinas, participações em programa da Rádio Rural, mídia alternativa ou outras emissoras que se abram à sua participação.

O processo de mobilização das comunidades para a participação no grito acontece, principalmente, através de rodas de conversas que são realizadas nas comunidades para, a partir da reflexão feita coletivamente, trazendo a realidade daquele grupo de pessoas, possa ser feita uma análise da importância de levantar suas bandeiras de luta e dar visibilidade a suas demandas.

Para o Grito desse ano, aconteceram mobilizações e articulação com as comunidades e bairros: Santa Helena, Cajazeiras, Wilson Rosado, Estrada da Raiz, Abolição II, Nova Vida e Maísa.

Foram realizados também pré-gritos na Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), por uma educação pública gratuita e de qualidade, e na Universidade Federal Rural do Semiárido (UFERSA), com a atividade realizada pelo CRDH sobre Violação de Direitos Humanos no Campo, sendo estas também pautas de luta do Grito dos/das Excluídas.

Além disso, algumas pessoas que constroem o grito estiveram presentes em diversos espaços, como a feira de agroecologia, missas, assembleia dos sindicatos, entre outros, para estarem divulgando e convidando a sociedade civil e entidades à gritarem conosco no dia 7 de Setembro.


Convidamos então todos e todas que também se indignam com as injustiças e não se calam frente à essa conjuntura de regressão de direitos a participarem do 23º Grito dos Excluídos e das Excluídas, que acontecerá no dia 7 de Setembro de 2017, com concentração no Ginásio Poliesportivo Pedro Ciarlini às 07h.





 
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